Leio-te urgente,
porque o tempo passa à bolina
com a sua cria entre os dentes.
E ficam a boiar à minha frente
as imagens que os teus comboios de papiro
levam e trazem, trazem e levam.
Há coisas que é preciso imaginar.
Outras não, entram-nos como milhafres
pela janela adentro
para nos despedaçar o ventre, o fígado depois,
a ironia quase sempre.
Ali ficamos, agrilhoados a um sofá de pedra,
simplesmente à espera que a maré suba
e que alguém escolha por distração
em que onda nos havemos de afogar.
1 comentário:
Soberbo.
Os meus aplausos.
Um abraço.
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