17/01/2023

Diário

 Chove, chove, chove.

Penso nas galinhas e onde se recolherão elas em dias assim?

Neste cuidado aos outros animais, julgo-me parte da terra, peça do puzzle, irmão da realidade. 

Desvanece lentamente a solidão urbana  que trouxe comigo para a aldeia.

O sol nasceu há pouco. O menino Jesus, há algumas semanas.

Talvez lá atrás no tempo, tivéssemos tido a necessidade de humanizar o milagre, dar um rosto e uma história à fonte da vida, à cíclica salvação que nos acorda e levanta da cama.

Depois é fácil e óbvio dizer que tudo aconteceu e acontece por amor.

Devem estar molhadas e cheias de frio, as galinhas.

Guardei ontem ao jantar algumas côdeas de pão para lhes dar.

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