Chove, chove, chove.
Penso nas galinhas e onde se recolherão elas em dias assim?
Neste cuidado aos outros animais, julgo-me parte da terra, peça do puzzle, irmão da realidade.
Desvanece lentamente a solidão urbana que trouxe comigo para a aldeia.
O sol nasceu há pouco. O menino Jesus, há algumas semanas.
Talvez lá atrás no tempo, tivéssemos tido a necessidade de humanizar o milagre, dar um rosto e uma história à fonte da vida, à cíclica salvação que nos acorda e levanta da cama.
Depois é fácil e óbvio dizer que tudo aconteceu e acontece por amor.
Devem estar molhadas e cheias de frio, as galinhas.
Guardei ontem ao jantar algumas côdeas de pão para lhes dar.
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