Saem-me sempre tão mal os poemas, quando os escrevo com as lágrimas nos olhos.
Olho o teu retrato. E, com a velocidade de um cometa, sou atirado às cordas do ringue. O tempo, agora com luvas de boxe, esfacela-me as fuças. Eras linda. Ainda és. Trazias naquele olhar todos os rios, cheias alagando campos de trigo desenhados por oliveiras, o rumorejar das águas correntes quando dedilham as pedras.
Tinhas uma graça infinita, um andar próprio, uma indumentária feita a régua e esquadro pela tua avozinha.
Podia continuar a tentar, não posso, porém, explicar o inexplicável. Fico com pena que assim seja. Tenho esperança que, no hemisfério direito do cérebro, as redes neuronais se moldem um dia para que eu possa escrever o poema que tu tanto mereces.
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