«Os grilos são poetas mortos», relembrou-me ontem alguém. Mas o ruído mecânico e progressivo que o comboio faz soar em ciclos diários na janela do meu quarto é certamente do engenheiro Álvaro de Campos. Pelo rumor com que avança entediado, pela velocidade que apenas a solidão permite, quem mais podia ser, se não ele mesmo em pessoa. Esse ranger pelos carris adentro, como quem procura a serenidade perdida e só encontra a loucura imprevista da técnica.
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