Um toque mais na tua pele amadurecida,
e surge-te um lírio de neve e aço,
pedaço de mármore que morreu de pé
como aquelas árvores esquecidas
pelos serviços camarários.
Não há redenção que valha à tua via-sacra,
sacratíssima, se levares em conta
tombos e humilhações que redundaram
em martírios invisíveis para os outros.
É evidente o teu sofrimento segredado
aos peixes escondidos do sol
sob as folhas dos plátanos
que caíram no lago do jardim.
Enquanto, não gritares
- um por um - em todos os cafés da avenida,
a tua dor acumular-se-á
como pó que paira e cai
sobre a mesa escura que te acalenta a sala.
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