12/11/2022

A gota-cadáver

 






A gota espreita,

reflete o som e a brisa que a agita,

alucinação simples que a rodeia.


A medo incha, inflama-se, 

ajusta-se à ponta da torneira,

saco de moléculas,

pequeno universo em expansão.


Por um instante hesita.

Parece repudiar a sina,

insistir uma vez mais

 no incrível regresso à nascente.


Quando se lembra que não se lembra,

cai exata, entregando-se,  fóssil e

emancipada, ao prazer curto da viagem,

ao destino-cadáver de um oceano maior.

Sem comentários: