18/12/2021

Manhãs Dionisíacas

A manhã é uma gaivota

saída do bolso de uma nuvem calçada.


Só por aqui, folha de papel, se acabaram os limites,

as atenções especiais ao movimento dos braços,

as ténues impressões que os lábios causam ao abrir.


Apenas uma ideia escorre sobre a celulose espalmada,

encaminhado-se para onde as musas entram,

uma a uma, com as suas túnicas ousadas.


Ali aguardam, estátuas de sal,

que o poeta as convoque 

para a roda do riso e da dança.

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