Nunca percebeste que a soma das coisas não era a coisa somada, nem que a primeira impressão era uma mentira grosseira ou uma antecipação forçada, nem que tudo começa antes do início e acaba muito antes do fim, nem que aquilo a que chamas novo é, na verdade, algo de que já ninguém lembrava.
Eu sinceramente também já não me recordava destes condicionalismos da consciência próprios da existência e da coabitação em tempos rápidos e abertos. Se não fosse uma sopa indigesta que me tirou o sono e um livro clarividente de um cego chamado Borges que li depois, não me teria apercebido destas singelas brutalidades que te roubam a perceção apurada e os momentos de indeterminação que Bergson achava afeitos às leis do bom convívio.
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