18/11/2021

O último discernimento

Serás tu ou eu? Pergunto, em grave momento,

Daqueles que abalam as traves da construção

Quem se fundirá primeiro no esquecimento?

Quem varrerá  as cinzas caídas  no chão?


Para tão magro destino, não haverá respostas

A não ser uma cisterna vazia, escancarada

Onde por detrás da porta, há mais mil portas

Por onde prosseguem as gerações em manada


Se resposta alguma houver, sabe-a o vento

Se alguém houver, que possa ouvir, traduzi-lo

Sob o ranger que os dentes fazem no desalento


Que deliberem as moiras o fatídico momento

Onde a alma inquieta que no meu corpo exilo

Tenha sobre a morte, o último discernimento


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