23/10/2021

Tempus fugit

 Uma das formas de lidar com a passagem do tempo é emular outra vez a simplicidade da infância.

Afinal tudo é simples para uma criança: a sua consciência cinge-se ao imediato.

Tenho notado que envelhecer é um regresso gradual, mas inevitável,  a esse estado pueril de existência — sem amanhã, nem ontem.

Os mais jovens também não atribuem demasiado valor ao passado, nem ao futuro, optando na maioria por viver o imediato.

Compreendo a sua escolha: a perceção exclusiva do imediato  é o maior dos festins, ainda que a ressaca se torne indigesta, ainda que o passado enquanto repositório de saber pudesse prevenir, prever e explicar muita coisa.

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