16/09/2021

Paciência

Tenham paciência: nada há de melhor

Agora que tenho uma estante para livros

posso enfim entender a paz interior

do poeta morto que aguarda os vivos 


Não gosto de gatos, gosto da Sissi

Nem de pessoas, mas do Raul Brandão 

Não me perguntem se gosto de mim

porque um homem raramente tem razão


Tem razões de um passado que  conspira

que incomoda, sussurrando entre dentes

que se enamora do que só havia antes


E só quando a nau contra a vaga  se vira

e  a paciência  se dissolve  na imensidão,  

a última pétala percebe que floresceu em vão 


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