Com a segunda mão, agarras o leme
da penúltima barca do rio.
Segues à bolina contra os anjos do desejo.
A montante, a memória.
A jusante, aquele mistério que se adensa
no olhar tenso dos gatos
quando fixam o nada.
As velas enredam-se na história
e a barca pára.
No casco,
acumulam-se as chagas típicas do marasmo.
Os caranguejos trepam à gávea, mudos.
Baixas a âncora
até à profundeza estelar.
Pelas narinas secas,
arribam breves lembranças de salsugem.
Com os maxilares dormentes
de tremor, desembarcas
e, de calça arregaçada, caminhas
sobre rochas e limos ternos
até à praia onde por hábito terminas a viagem
antes do poema.
da penúltima barca do rio.
Segues à bolina contra os anjos do desejo.
A montante, a memória.
A jusante, aquele mistério que se adensa
no olhar tenso dos gatos
quando fixam o nada.
As velas enredam-se na história
e a barca pára.
No casco,
acumulam-se as chagas típicas do marasmo.
Os caranguejos trepam à gávea, mudos.
Baixas a âncora
até à profundeza estelar.
Pelas narinas secas,
arribam breves lembranças de salsugem.
Com os maxilares dormentes
de tremor, desembarcas
e, de calça arregaçada, caminhas
sobre rochas e limos ternos
até à praia onde por hábito terminas a viagem
antes do poema.
Sem comentários:
Enviar um comentário