11/01/2025

Às vezes

 Às vezes, fico a pensar

donde me vêm as palavras

— sobretudo, as improváveis,

as automáticas, aquelas que

devem mais ao sabor do que ao saber.


Às vezes, reconheço um rosto.

Só depois caio em mim

e lembro-me que não pode sê-lo,

porque passaram já 40 anos.


Às vezes o tempo viaja connosco de mão dada.

Outras, solta-se e perde-se na multidão facial

de todas as pessoas que já conhecemos até então.



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