13/06/2024

Madre cantabile

Mãe de toda a língua viva ou morta,

de toda a terra suspensa sob as nossas cabeças atrevidas,

Mãe cantada, cansada, adormecida

por debaixo de dosseis de estanho e conchas raras,

Mão que nos guia e gira no ar,

Mão que nos deixa cair apenas

para compreendermos a morte

como quem lembra o perfume das flores

que se vendem à porta dos cemitérios.


Não há prazer que não saibas entrelaçar em nós,

filhos esclerosados de Maria,

em nós que te pedimos tão-só a graça idiota

de não morreres nunca.



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