Sabedoria é não ter ilusões,
saber que o grito espanta, mas passa,
como um transeunte apressado numa rua da Baixa
ou que a utopia não dura mais
do que espuma no cimo de um copo de cerveja.
Sabedoria seria chorar a dádiva da vida
e celebrar anos depois a tradição da morte.
Sabedoria era já saber,
antes mesmo de compreender,
apenas porque estava escrito em livros antigos,
ou porque a mãe nos disse certo dia depois de almoço
quando éramos ainda
crianças.
Sabedoria é uma flor que se abre e fecha,
porque sabe que o sol é também outra flor às ordens
de um mistério maior.
4 comentários:
Sabedoria também é saber que pouco sabemos.
Excelente poema, gostei de ler.
Boa semana.
Um abraço.
PS: já li o seu livro, está repleto de bons poemas.
"Sabedoria seria chorar a dádiva da vida
e celebrar anos depois a tradição da morte."
Sábios são aqueles que escutam o rumor da morte na rotina dos dias, no sangue das palavras, na dor na perda, no tédio. E renascer a toda a hora com a inocente respiração da vida. Serenamente.
Citei-o a si e citei-me a mim por achar que as minhas palavras dialogavam com este seu belíssimo poema.
Desejo que esteja bem.
Um bom fim de semana.
Um beijo.
Sabedoria, diria, é viver no espanto de tudo relativizar.
Abraço amigo.
Juvenal Nunes
Além disso, sabedoria é saber que ninguém a atinge na totalidade.
Saudações cordiais e bom Outono.
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