Aqui defronte está sempre um homem aos gritos.
Parecem de alegria.
Mesmo assim, preferia o silêncio de uma sacristia,
com barrotes a fazer de vigas.
À noite ouviria os bichos da madeira
a contar pelos dedos os dias
que faltam para o colapso do telhado.
Isto, sim, seria autêntico.
Aqui defronte está sempre um homem aos gritos.
Deve ser publicidade.
3 comentários:
Olá meu Amigo Luís!
Há silêncios que são gritos, mas percebo bem que se prefira o silêncio, mesmo ouvindo o bicho da madeira nos barrotes das vigas. Gostei da ideia de eles, os bichos, contarem pelos dedos os dias que faltam para o colapso do telhado... Mas se há alguém a gritar continuamente pode ser loucura, quem sabe, mesmo entendendo que a publicidade também e muito ruidosa.
Tudo de bom para vocês.
Um beijo.
Estamos sitiados pelos ruídos.
Aquando da pandemia, na primeira vez que ficou quase toda a gente em casa em confinamento, deu para ver o que é a ausência de ruído. Era tão estranho que até assustava, pois a mudança foi radical.
Excelente poema, na forma e no conteúdo.
Boa semana, caro amigo Luís.
Um abraço.
Houve um tempo em que havia sempre e em todos os sítios aquilo que era designado por música ambiente : uma agressão contínua, na minha opinião.
Suspeito que o objectivo era o de impedir o encontro das pessoas consigo mesmas e assim não se darem conta das contradições e desigualdades que proliferam nesta sociedade de consumo que é a nossa.
Quanto ao poema, agradou-me.Muito.
Cordiais saudações.
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