Bem vistas as coisas
o desalento instalou-se nos vidros da sala.
Lá fora, em paradisíaca visão, o inferno em chamas
a passar em direto numa tela presa na parede da casa.
Cá dentro, um embuste de dores inventadas,
Ou outras coisas compradas na Net
Por não servirem para nada.
Mas, se saíres ao quintal, tem cuidado:
Um tigre acesso na noite,
Tão veloz como o vento da tua esperança,
Escondeu-se entre as moitas,
Sabendo tu, de antemão,
Que o destino já marcou quem te roerá os ossos.
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Ilustração de Marina Palácio (2018) |
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4 comentários:
Bien por ese patio trasero el que si me dice del mundo, y no importa, ese tigre porque es tan real para en sus fauces y su digestión hacerme comida y abono del bosque. Un abrazo. Carlos
O belo e o horrível fazem parte da vida.
Mas há que distingui-los, de contrário somos engolidos pelas feras...
Excelente poema, gostei de ler.
Boa semana, caro amigoLuís.
Um abraço.
Quando o desalento se instala, sentimos que vagueamos por becos que cheiram a fogo e a sangue. Não traçamos planos nem falamos das palavras que nos cercam de ruídos inúteis. Só nos espantamos com a ferocidade do olhar que avista um tigre aceso na noite. Esperamos, então, uma esperança que se ajuste à brevidade daquilo que guardamos no coração.
Um poema muito belo, mas inquietante, meu Amigo Luís.
Desejo que esteja bem e que a coragem não lhe falte nunca.
Uma boa semana.
Um beijo.
Gostei do poema.
Os tigres podem ser domados...
Saudações
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