23/07/2023

O filho pródigo

O que te aconchega o corpo
e as vísceras 
não é propriamente esse casaco
ensebado pelo tempo.
Antes pelo contrário. 

É uma lembrança que regressa lenta,
quando contemplas os rebentos das árvores.

É um calor inesperado que te abraça comovido
como um filho que não vias há anos.

É inominável o seu nome 
e, no entanto, soletra-lo sem sucesso o dia inteiro.





4 comentários:

São disse...

As memórias são algo que nos consola ...ou não.

Belo poema.

Saudações cordiais.

Jaime Portela disse...

São sempre bem-vindos todos os nossos filhos pródigos.
Magnífico poema, gostei imenso.
Boa semana, caro amigo Luís.
Um abraço.

Graça Pires disse...

Todos somos filhos pródigos. Nas lembranças que lentamente regressam. No abraço. Na família. Na partilha do pão. No amor. Em tudo o que a nossa vida reclama. Nas palavras que o poema promete. Tão pródigos e tão carentes.
Belíssimo, o poema, meu Amigo Luís.
Uma boa semana.
Um beijo.

Siby disse...



Hay memorias que jamas se olvidan
estan adheridas a nuestro interior,
un placer inmenso visitarte.

Besitos dulces

Siby