Nada acaba.
E sabe-se lá porquê.
Na primavera, os sentidos são sementes
em direção aos frutos
e há borboletas também.
Em volta do charco, insetos brincam,
derradeiros.
Tudo a começar pelo fim,
outra vez.
No escuro, refazem-se
os cambiantes das flores: boninas,
lírios, os próprios cardos
se convertem à bonomia.
Estação primeira ou última estação?
Corpo perfumado de milagres,
grito suspenso na borda dos dentes,
oração com a língua de fora.
Porque não haveríamos de celebrar agora?
Se não o fizermos,
nada mais nos ensinará a endoidecer.
1 comentário:
Celebremos a primavera como se fosse a primeira vez porque todos os anos e terra se renova e dá às sementes o caminho dos frutos. Celebremos a primavera até enlouquecermos de paixão, até nos debruçarmos para o espanto da paisagem.
Muito obrigada por ter estado no lançamento do meu livro. Fiquei muito sensibilizada.
Tudo de bom para si.
Um beijo.
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