PRIMEIRA VERSÃO
O paraíso deve estar perto,
porque tudo aqui foi escolhido e colocado
com o critério dos poetas
ou de quem lhes insuflou
a precisão dos sentidos.
O verde é livre, mas seguro.
As mãos da ribeira
lava os cabelos com leite de cabra.
E a música que a corrente compõe nas pedras,
lira nenhuma a pode tocar,
se não correr em alegria
da nascente até ao mar.
SEGUNDA VERSÃO
O paraíso deve ser aqui:
planta a planta,
bicho a bicho,
tudo precisamente no seu lugar.
Apenas os peixes exatos que cabem na represa.
E se algum a mais vier,
logo a cobra-de-água o abocanha
e leva-o para a noite,
chegou a hora de descansar.
O verde é livre, mas seguro.
As mãos da ribeira
lava os cabelos com leite de cabra.
E a música que a corrente compõe nas pedras,
lira nenhuma a pode tocar,
se não correr em alegria
da nascente até ao mar.
Em todo o vale,
sabem onde vive o paraíso,
mas guardam-no em segredo,
como uma joia de família
para usar em dias de festa.
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