Gosto de caminhar por uma charneca existente junto à Estrada dos Salgados na Amadora. É um local ainda impoluto, onde se podem observar muitas espécies animais e vegetais. Por ali vou compondo alguns dos meus poemas nos últimos cinco ou seis anos. Desta vez à medida que encontrava alguma evidência que me sensibilizava, escrevia um destes versos que se iam perfilando em modo de oração. Confesso que os pirilampos são importados de passeios crepusculares, não estando assim em sincronia com o resto do poema.
Acredito que o futuro acentuará esta síntese entre a religião e a natureza, ou seja, entre o criador e a obra. Registei também fotograficamente alguns desses momentos que também aqui deixo.
Oração
Nossa Senhora dos Fenos guia-nos pelos atalhos dos cavalos selvagens.
Nossa Senhora das Borboletas ensina-nos em que flores orar.
Nossa Senhora dos Pirilampos alumia a noite dos enfermos.
Nossa Senhora dos Ribeiros sacia-nos a sede de infinito.
Nossa Senhora das Formigas ajuda-nos a carregar a culpa e o castigo.
Nossa Senhora das Carriças encaminha-nos para o ninho.
Nossa Senhora das Trovões explica-nos as nuvens negras do caminho.
1 comentário:
Lindas as fotografias. Adorei a oração e acho que pode mesmo de vez em quando ser dita em vez do Pai Nosso. Quem sabe suplicando a Deus Ele nos explica "as nuvens negras do caminho".
Enviar um comentário