acendo a bandeira
num jogo de luz
intenso
e a manhã percorre
o quarto
acordando os cantos
entregando-os ao labor
da claridade
a gata cheira
as flores de plástico
num ritual
que lhe compete
olho as paredes
e vejo-as centenárias
cobertas de amarelo-fuligem
tingidas pelos cigarros interruptos
de um tempo que fuma, ansioso,
por nos engolir
apetece-me um poema
talvez seja um vício,
como o café
não sei...
poemar é um estalido
uma minúscula faísca
que nos põe a pensar
que me faz escutar
a quinta-essência dos bardos,
a rouquidão dos xamãs que viajam
no dorso dos mortos
lá fora
um verão recente chama-me
como crias esfomeadas
a piar
levanto-me
e insisto, mais uma vez,
na vida
num jogo de luz
intenso
e a manhã percorre
o quarto
acordando os cantos
entregando-os ao labor
da claridade
a gata cheira
as flores de plástico
num ritual
que lhe compete
olho as paredes
e vejo-as centenárias
cobertas de amarelo-fuligem
tingidas pelos cigarros interruptos
de um tempo que fuma, ansioso,
por nos engolir
apetece-me um poema
talvez seja um vício,
como o café
não sei...
poemar é um estalido
uma minúscula faísca
que nos põe a pensar
que me faz escutar
a quinta-essência dos bardos,
a rouquidão dos xamãs que viajam
no dorso dos mortos
lá fora
um verão recente chama-me
como crias esfomeadas
a piar
levanto-me
e insisto, mais uma vez,
na vida
2 comentários:
Vou levar este comigo, será companhia para este dia. Água, fogo, terra, ar. Está tudo aqui. Muito bom.
o poder de um poema,
partilho a opinião de que a poesia é viciante.
gostei muito.
Enviar um comentário