26/02/2012

Raça e História



Acabei de ler um livro que, depois da Bíblia e do "Discurso do Método", mais respostas fornece sobre a história das mentalidades: "Raça e História" de Claude Leví-Strauss. Este livro, encomendado e publicado pela Unesco, em 1952, tem como objetivo acelerar um novo ciclo de relações entre o Velho e o Novo Mundo (Pós-Colonial). Em suma, e a apesar do título, é intenção do autor desabilitar o conceito de Raça (Os europeus ainda se refaziam nesta altura do trauma do Holocausto Nazi) e promover o argumento cultural no seu lugar.

A obra inicia um périplo de 10 capítulos bem definidos, evocando a supremacia das culturas sobre as raças - que segundo Levi-Strauss são muito poucas relativamente às primeiras(Culturas). Este ponto de partida é prolifero e esperançoso e arruma com as teses racistas e geneticistas.

Abordar todos os capítulos do livro era demasiado exigente para a natureza de um blog. Acrescento apenas um corolário ao capítulo 7 - "Lugar da Civilização Ocidental", onde o autor demonstra que a aculturação ocidental do resto do mundo, levada em grande parte pelo processo de industrialização, é forçada. Os povos não-ocidentais foram forçados à "Ocidentalização" das suas culturas pelos países da Europa Ocidental ( e EUA) que tinham uma estratégia para esse efeito.

Existe contudo uma réstia da cultura pré-ocidental nos povos aculturados. Levado ao limite (eis o corolário!), este conceito transforma, cada ser humano, num missionário que leva dentro de si uma micro-cultura  disponível a conquistar o possível.

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