Ouves a casa, fora dela,
como um desejo:
sofá, porta, duas janelas entreabertas
e uma corrente de ar sólida, quanto basta.
De súbito,
o sabor das bolachas
que molhaste no chá,
a cor definitiva das paredes
— ou apenas das outras,
tão aflitas que por lá ficavam,
um quase nada.
Agora podes reunir as coisas
num saco qualquer
e partir para a tua Jerusalém.
Se será celestial ou terrena,
só mais tarde saberás.
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