Como um cavalo ao sol,
ou mesmo um gato,
símbolo das rosas
que se vestem de gotas
com que a manhã cobre as ervas,
autêntico despertar das vozes,
a vizinha passeia o cão pelas traseiras,
o rabirruivo ondeia
em torno deste frio marítimo,
única possibilidade ocidental.
“Onde estarão os mendigos?”,
penso eu, buscando em vão
um gesto de caridade.
Os pombos levantam voo,
sobem pesados,
como se quisessem levar-me até eles,
qual estrela que guia os magos
até às palhas de um menino
acabado de nascer.
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