25/03/2025

Ode à poesia

 O que é a poesia senão o fulgor das paredes meias

com o pensamento, o júbilo dos Deuses, Ó meu Deus,

dos Deuses, imaginai.


Agora percebo a tua embriaguez, Whitman; 

o teu deslumbramento, Campos, 

tantas vezes tomado, ó incrédulos, por loucura.


A poesia é a coisa pensada, mas com mais nuances

com melodia e arrufos e sorumbáticos monólogos

antes do meio-dia.


"Nada do que é humano me é estranho".

É contra isto que lutamos, camaradas,

contra o cálculo, a indiferença.

É por isso que escrevemos, camaradas,

para erguer acima de todas as bandeiras,

a do espanto.


Mas o que é isto que ressoa, ecoa dentro da cabeça

como um gato ao sol que subitamente 

muda de cor dez vezes e se transforma em nuvem

e depois em chuva  e faz erguer nos campos de Andaluzia

girassóis.


O que é isto, caramba? Que segundo Heidegger é a filigrana da linguagem,

o mais puro  signo à procura de alguém para dizê-lo.

O que é isto, caramba?

Isto é alegria.


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