O que é a poesia senão o fulgor das paredes meias
com o pensamento, o júbilo dos Deuses, Ó meu Deus,
dos Deuses, imaginai.
Agora percebo a tua embriaguez, Whitman;
o teu deslumbramento, Campos,
tantas vezes tomado, ó incrédulos, por loucura.
A poesia é a coisa pensada, mas com mais nuances
com melodia e arrufos e sorumbáticos monólogos
antes do meio-dia.
"Nada do que é humano me é estranho".
É contra isto que lutamos, camaradas,
contra o cálculo, a indiferença.
É por isso que escrevemos, camaradas,
para erguer acima de todas as bandeiras,
a do espanto.
Mas o que é isto que ressoa, ecoa dentro da cabeça
como um gato ao sol que subitamente
muda de cor dez vezes e se transforma em nuvem
e depois em chuva e faz erguer nos campos de Andaluzia
girassóis.
O que é isto, caramba? Que segundo Heidegger é a filigrana da linguagem,
o mais puro signo à procura de alguém para dizê-lo.
O que é isto, caramba?
Isto é alegria.
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