17/11/2023

A felicidade

Estou deitado na cama, adoentado.

Lá fora, o sol reflete-se nos gritos das crianças que partilham agora a hora do recreio.

No campo de treinos das traseiras, há vozes de comando, de bravura, de alento mútuo. Os jogadores pedem entre si reajustamentos defensivos, a decisão de rematar.

Lá fora, a vida preenche-se de felicidade numa ação coletiva, como um coro que recusa um maestro apenas.

Aqui deitado, recebo esses sinais e julgo-os todos juntos numa média aritmética, como se isso fosse crível, como se alguém entrasse no céu apenas porque ouve a Lacrimosa de Mozart.



2 comentários:

Graça Pires disse...

Ouvir Mozart já era motivo para entrar no céu.
Espero que este seu poema seja uma ficção. Não gostaria que ele significasse uma realidade concreta porque desejo muito que esteja bem.
Uma boa semana.
Um beijo.

São disse...

Espero que recupere rapidamente .

Excelente música é sempre um bálsamo.

Abraço e serena semana.