O poema começa com uma afirmação, sugerindo que nossa identidade é definida pelo que nos falta, ou seja, coloca o desejo no centro da experiência humana.
Depois vêm as enumerações, "a tal peça de puzzle / perdida na gaveta dos espelhos"; "a borboleta capaz de colorir a brisa, / se não tivesse perdido uma asa" - a imagem da borboleta com uma asa perdida é uma representação forte da fragilidade do desejo humano.
Fabuloso esse poema pequeno, mas com tanta imagem que explora a parte poética e até filosófica do desejo. O leitor pode até pensar em sua própria relação com seus desejos e aspirações.
Eu deixei para falar do touro aqui, pois você sempre utiliza uma imagem forte para falar da impotência. Nesse poema o "touro castrado no meio da manada" é essa imagem que representa a sensação de ‘força reduzida’ que surge quando desejamos algo, mas nos sentimos incapazes de alcançá-lo.
```
Somos a busca eterna os passos que deixamos nas areias movediças do tempo na jornada sem fim à procura do que nos completa
No final, talvez descubramos que o verdadeiro desejo não é encontrar o que nos falta mas abraçar o que somos com todas as peças que faltam e as asas quebradas da alma
Tal como disse a Ângela, este poema é muito filosófico. Mas nem por isso menos realista, já que uma componente do que somos é mesmo o que nos falta. Excelente poema, os meus aplausos. Um abraço e boa semana.
Somos sempre o que nos falta, ou falta-nos sempre o que queremos ser. Quer seja a peça de puzzle, ou o touro castrado, ou a borboleta sem asa. Por isso sentimos o desejo de sangrar noite após noite o próprio corpo para que se cumpra tudo o que antecipa as palavras no poema. Belíssimo, meu Amigo Luís. Desejo que esteja bem. Mais uma vez obrigada pelo seu cuidado. Um beijo.
4 comentários:
"Afinal somos o que nos falta"
O poema começa com uma afirmação, sugerindo que nossa identidade é definida pelo que nos falta, ou seja, coloca o desejo no centro da experiência humana.
Depois vêm as enumerações, "a tal peça de puzzle / perdida na gaveta dos espelhos"; "a borboleta capaz de colorir a brisa, / se não tivesse perdido uma asa" - a imagem da borboleta com uma asa perdida é uma representação forte da fragilidade do desejo humano.
Fabuloso esse poema pequeno, mas com tanta imagem que explora a parte poética e até filosófica do desejo. O leitor pode até pensar em sua própria relação com seus desejos e aspirações.
Eu deixei para falar do touro aqui, pois você sempre utiliza uma imagem forte para falar da impotência. Nesse poema o "touro castrado no meio da manada" é essa imagem que representa a sensação de ‘força reduzida’ que surge quando desejamos algo, mas nos sentimos incapazes de alcançá-lo.
```
Somos a busca eterna
os passos que deixamos
nas areias movediças do tempo
na jornada sem fim
à procura do que nos completa
No final, talvez descubramos
que o verdadeiro desejo
não é encontrar o que nos falta
mas abraçar o que somos
com todas as peças que faltam
e as asas quebradas da alma
Solange Firmino
Tal como disse a Ângela, este poema é muito filosófico.
Mas nem por isso menos realista, já que uma componente do que somos é mesmo o que nos falta.
Excelente poema, os meus aplausos.
Um abraço e boa semana.
Somos sempre o que nos falta, ou falta-nos sempre o que queremos ser. Quer seja a peça de puzzle, ou o touro castrado, ou a borboleta sem asa. Por isso sentimos o desejo de sangrar noite após noite o próprio corpo para que se cumpra tudo o que antecipa as palavras no poema. Belíssimo, meu Amigo Luís.
Desejo que esteja bem.
Mais uma vez obrigada pelo seu cuidado.
Um beijo.
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