26/09/2023

Ideal

 Ando há trinta anos a contemplar transparências,

cabeça no ar como um girassol raivoso,

pronto a morder o seu senhor brilhante.


Esqueço os prazos legais, os lugares do estacionamento.

O Maná cai-me por perto, pomo apodrecido à espera da mão.


E, eu, devasso das regras, olho para o céu,

espelho de mim mesmo,

protelando assim o lucro que não desejo,

vaso tosco onde germinam as daninhas apenas.

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