Em cada canto da casa,
havia um bloco de notas abraçando uma caneta,
como se fossem extintores
à espera da deflagração das chamas.
Quando as palavras chegavam em cardume,
lançava-lhes um cerco de papel e traineiras.
No final da faina, levava em braços à lota
caixas brancas cheias de peixes brilhantes
ainda a arfar pela boca a leveza das ideias.
1 comentário:
Meu Amigo Luís, as imagens poéticas, ao mesmo tempo que ligam o autor a si mesmo, também as ligam à vida. Por isso o poeta as recria. Gosto da ideia das palavras em cardume num cerco de papel e traineiras. Também gostava de ir à lota com caixas cheias de peixes brilhantes ainda a arfar pela boca a leveza das ideias. A simbologia de um poema nunca se revela por inteiro. Difícil se torna interpretá-lo na sua plenitude só aparentemente simples. Gostei muito.
Desejo que esteja bem.
Uma boa semana.
Um beijo.
Enviar um comentário