03/09/2023

A caçada

Aos domingos, apanho pássaros 
e estampo-os depois nas paredes da sala.

Em voos picados
ou flagrantes aterragens
sobre os ramos das figueiras,
ali ficam para sempre
livres e felizes 
diante dos meus olhos embalsamados.

5 comentários:

Jaime Portela disse...

Também gosto da caçar pássaros.
Mas com os olhos e os ouvidos...
Magnífico poema.
Boa semana.
Um abraço.

Graça Pires disse...

O poeta embalsamou os olhos para não se ver a si mesmo. Os pássaros continuam a voar dentro do seu peito, cada vez mais livres, apesar de, por vezes, não se distinguirem dos momentos em que se sente como uma multidão desorientada, quando um monólogo lhe deixa na pele um rasgão de cólera.
Vi um pássaro em voo picado agora mesmo, aqui, da minha janela.
Desejo que esteja bem.
Uma boa semanas.
Um beijo.

A Nossa Travessa disse...


Meu caro Luísamigo
Esta é a primeira vez que aqui chego e, tentando replagiar o "velho" Júlio César «Cheguei, vi e... gostei».😊😊😊 Ainda que não conste do meu portfólio a caça aos pássaros (eu diria mesmo mais, NENHUMA CAÇA!!!) achei este teu poema bem interessante e - passe o hábito de um ex-chede de Redacção - bem escrito!
Conto voltar por cá, quando/se tiver vida e saúde (faço 82 aninhos a 20 deste mês), para ver como vai o estro.
Em contrapartida espero por um cumentário (com o...) teu, lá n'«A Minha Travessa»; serás sempre bem vindo e... não pagarás IVA...😥🙄😭
Abração
Henrique

lis disse...

Há domingos assim, com pássaros livres.
E há domingos aprisionados.
Na sala , nenhuma estampa.
Bons dias, Luís Palma

Klaudia Zuberska disse...

Hello!
A wonderful poem. A very beautiful post. Wonderful creativity!
Greetings from Poland!