nem a capa ou as palavras,
nem nada do que ele possa mostrar.
O que me interessa é
o momento anterior ao risco
que a caneta liquefaz,
a vontade dolorosa do parto,
a sombra da mão
ao aproximar-se da folha,
a espuma em chamas
a apagar-se no papel.
Dali para a frente,
sei de antemão que
o autor respira normal e bovino
como um saco de plástico.
2 comentários:
Belíssimo!
O mais importante é realmente a letra com que se inicia cada palavra e o estremecimento que antecede cada gesto.
Tudo de bom, meu Amigo Luís.
Um beijo.
O caminho é quase sempre mais interessante que a chegada...
Magnífico poema.
Um abraço.
Enviar um comentário