por insistência do novo dia:
panos, dentes antigos, o tremor dos tímpanos
repercutindo os primeiros sons da melodia.
Afinal, tudo dorme ainda conivente:
a lição que espera,
o automóvel - excêntrico paraíso - sempre pronto
como um cão fiel, a cova,
o sabonete, o vinagre e o mel,
se a tarde for longa
e os faunos nos levarem aos prometidos favos.
Pouquíssimo é o tempo que nos resta
e por isso pomo-nos à estrada obedientes a uma voz interior,
normativo fosco de rigor
que nos alinha,
encaixa e desencaixa com algum atrito
e disfarçado espanto.
Ó fosse eu um gato,
instrumento estendido e imanente
à mais gordurosa boda de Caná.
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