Chove, mas pouco.
E a singular ternura outonal
faz-se arredia, bravia, refratária até.
Perguntamos às raras nuvens
como se faz "chuva"
apenas com palavras
ou com ideias esbatidas
que ficaram por tirar do saco
que levámos no verão.
Pela cidade abaixo, a multidão
também não quer saber desta falta de humidade,
nem sequer da sã melancolia
que há nos castanheiros da tua aldeia,
quando o frio lá chega a rigor.
Prefere antes bater de rua em rua,
num roído sobressalto,
o labirinto seco das renovadas ilusões.
1 comentário:
Aqui no Rio de Janeiro o frio não é intenso, então não entendo a expectativa da chegada dele. Mas entendo a expectativa do calor. Entretanto estamos falando em poema e você escreve muito bem, Luis. Gostei muito.
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