O poeta transforma a realidade através do filtro da sua fantasia. Tudo em seu redor passa a ser um reflexo subjetivo de uma consciência onírica e fugaz. Pelo menos comigo, as coisas passam-se assim. Há um momento de criação que nasce e morre num curto espaço de tempo. Deixa para trás um cadáver ou uma semente: se for o primeiro caso, o poema desfazer-se-á com o tempo; caso contrário, crescerá como uma bela planta que dará cor, perfume ou sombra durante mais algum tempo.
Hoje de repente o céu enegreceu. Em meu redor, tudo tomou um novo sentido. Quem conhece a minha sala, entenderá melhor os elementos deste poema. Quem não conhece ainda, começará pelo fim, ou seja, pela realidade alterada. Depois a chuva começou a cair. Senti que precisava de escrever um poema para me abrigar ou desfrutar daquele momento. Escrevi assim:
Chove lá fora
e dentro de mim.
5 comentários:
gosto da flutuação das pedras
Realmente é a única metáfora digna desse nome. Mas é como todo o poema convergisse para ela.
Chove aqui também.
diria alguém que a convergência contém em si a divergência
e a flutuação, o que contém em si?
alguma coisa há-de ser
Na mesma linha de pensamento, a flutuação contém em si a profundidade.
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