16/02/2021

Reflexões na aldeia: a viagem vertical

Ao longe uma chilreada de estorninhos deleita-nos os ouvidos. Mais perto, as cabras roem algumas cascas de troncos de oliveira. As ovelhas aninham-se entre si como se fossem uma família terna. O sino marca mais meia hora. 

Porque será  que vemos uma paisagem  monótona vezes sem conta e nos parece sempre interessante? Porque tudo aquilo que se torna sagrado  ganha profundidade, na razão inversa em que perde superficialidade. E apenas o que é profundo permite o mergulho, a tal viagem vertical. Se o mergulho se prolongasse, haveríamos de nos maravilhar boquiabertos com uma simples gota de orvalho.


Casa Pinheiro - Salvaterra do Extremo(Idanha-a-Nova)


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