Olho de Deus.
Porta das almas.
Parede avessa do infinito.
Boca dos que oram para dentro.
Miragem convergente dos que comem o criador.
Rio vivo e clamoroso, que num silêncio indiscreto,
faz ranger a porta perra do mistério.
Cântico das fontes fieis
cujas águas serpenteiam ininterruptas
as colinas de Granada.
Aragem cálida dissolvendo a vontade humana
numa cisterna sem fundo.
Sopro agitando as teias
que seguram eternamente os ossos do coração.
Nota: Mirabe ou Mihrab (em arábe) é uma abside dentro de uma mesquita, com a função de indicar a direção de Meca aos orantes. Escrevi este poema em Granada, no bairro Albaicín, depois de ter visitado a mesquita-catedral de Córdoba, onde contemplei um magnifico mirabe e compreendi a sua função dentro do templo.
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