Janela de granito no centro de Salvaterra do Extremo - Foto Luís Palma Gomes |
Salvaterra do Extremo, Páscoa de 2018
A passagem da páscoa (Judaico-Cristã) na Beira Baixa deixava-me sempre poemas, fotos, desenhos, contos e prosas para mais tarde recordar. Desta vez não. Por isso, vinha um pouco menos feliz. Não escrevera, não desenhara, não fotografara. Com mil raios e coriscos, estaria a ficar velho? Se calhar os 50 anos secaram-me o espanto pelo mundo ? Outrora, mesmo quando partia, para a aldeia, seco pela urbe, parecia-me renascer a curiosidade e a inspiração quando chegava àquele sortilégio de cheiros, cores, paisagens e sobretudo àquele tempo vagaroso - mais parecido com o de Deus ou pelo menos mais humano. Ter-se-ia banalizado também aquele espaço e aquele tempo ?
Hoje, deu comigo a olhar para as fotos do telemóvel, quando encontrei esta pequena maravilha que me havia esquecido. Estavam lá muitas coisas que me fazem lembrar a aldeia: o granito, os gatos de pelo queimado, a gamela da comida atada por uma guita, a janela, aquela luz antiga. Que bom poder recordar a Páscoa de 2018. Na Páscoa de Salvaterra do Extremo, onde as tradições judaico-cristãs teimam em subsistir, entende-se melhor o conceito da "ressuscitação" ou do "renascimento". Por isso, aleluia.
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1 comentário:
que giro.
ainda bem que continuas a dar noticias dessa terra, gosto sempre de ouvir contado por ti.
gostei muito da foto, os gatos do campo são muito descontraídos, sem vaidades, mais pachorrentos. gostei muito.
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