Nunca encontrei palavras, nunca
Tocá-las? Queria eu, queria
Às vezes algumas das suas sombras recônditas
surgem-me espectrais em ínfimos poemas
Em outras alturas, ouço-as ao longe
aos turbilhões em solilóquios impetuosos
e mais tarde exaustos
Quando tento agarrá-las, já lá não estão
Acredito que as palavras foram reais
há muito tempo atrás
Justificavam duelos e amparavam amores
E alguns deles, até só viviam nas e das palavras
Agora todos os poetas que conheço
abriram falência por causa delas
e em segredo mudaram de ramo
ainda que finjam que não
Que pena já não haver ligação nenhuma
entre as palavras e as coisas
Nem que fosse uma pequena economia
destinada apenas às mais belas
Tocá-las? Queria eu, queria
Às vezes algumas das suas sombras recônditas
surgem-me espectrais em ínfimos poemas
Em outras alturas, ouço-as ao longe
aos turbilhões em solilóquios impetuosos
e mais tarde exaustos
Quando tento agarrá-las, já lá não estão
Acredito que as palavras foram reais
há muito tempo atrás
Justificavam duelos e amparavam amores
E alguns deles, até só viviam nas e das palavras
Agora todos os poetas que conheço
abriram falência por causa delas
e em segredo mudaram de ramo
ainda que finjam que não
Que pena já não haver ligação nenhuma
entre as palavras e as coisas
Nem que fosse uma pequena economia
destinada apenas às mais belas
2 comentários:
as palavras são imaginadas
todas elas
Pois são. Mas é essa imaterialidade que está na origem da angústia do poeta, na dificuldade em vendê-las, torná-las desejáveis ou influentes. Como contabilizar um ativo que não existe ?
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