Estava dentro de água quando premeditou que se homens e mulheres se desligassem de tudo o que os prende - compromissos, rotinas e tarefas - e partissem na senda daquele local para onde a sua vontade mais intima os impele, chegariam algures. Não chegariam sós. Nesse hipotético local, outros tantos se reuniriam, por ter escutado o mesmo chamamento interior. Entre eles, os novos vizinhos, chamar-se-iam de irmãos e irmãs. O caminho para lá seria longo e no início solitário. Gradualmente, convergiria para a caminhada, mais e mais gente. Ninguém se tocaria ou falaria, sob pena de esmagar aquela voz que dentro de cada um deles os guiava. No limite, fechariam os olhos, deixando-se guiar por crianças. À caminhada chamariam deserto e ao local de encontro, destino.
1 comentário:
parece-me que tentamos essa viagem muitas vezes na vida, e a dado momento voltamos para trás.depois, um outro dia recomeçamos.
e no meio disto poucos fazem a viagem.
nesse momento em que voltamos para trás, mesmo que por forma inconsciente, julgo que isso se deve à fuga de nossa voz interior. que levamos muito tempo a conseguir ouvi-la e aceita-la.
quem me dera chegar a bom porto.
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