08/02/2014

Poema #1

Sou a doença e sou onde me dói.
Sou  o que compra a bala do seu fuzilamento.
E entra pela noite adentro
jurando ver o sol a raiar.
Sou o que em tudo o que disse, nada disse,
julgando ser ouvido
do fundo de um poço sem boca,
como uma nascente que nasceu seca,
como um floco de neve que se liquefez no ar
e quando chegou à terra já era água suja.
Sou aquele que  se nega ao afirmar.
O que nasceu para aquilo,
mas apenas fez isto.
Sou filho de Maria e José,
mas quando nasci,
já todos haviam esquecido Jesus verdadeiramente.

2 comentários:

Paris Toujours disse...

parece-me que sim, que "todos" se esqueceram de Jesus.

Luís Miguel Gomes disse...

E se ele regressasse seria outra vez crucificado.