A natureza estava tão agreste que me apeteceu ver o mar - o mar verdadeiro, salgado, indomável e em fúria. Pensei em Cascais. E lá fui. Decidi visitar a
Casa das Histórias da Fundação Paula Rego e o
Museu do Mar Rei D.Carlos
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Pormenor do Museu do Mar ( Sala dedicada à Pesca ) |
Tenho a dizer que foram excelentes escolhas. A Casa das Histórias pela incontornável qualidade da artista e o Museu do Mar pela diversidade do acervo e a ligação da vila de Cascais e suas gentes ao mar . O mar que surge de duas formas no história de Cascais. A primeira, através da economia natural da população local que desde sempre encontrou no mar, através da pesca, a sua subsistência e o seu desenvolvimento social. Depois através dos Braganças, quando D. Luis decidiu transformar a casa do governador em paço real, onde a família real ia a banhos. A ligação de D.Luis I e do seu filho D.Carlos I ao mar era grande, profunda e extensa nos interesses. Assim, Cascais ficaria ainda ligada à exploração arqueológica do mar, à biologia marinha, à náutica de recreio e à Marinha de Guerra (D.Carlos era oficial da Marinha de Guerra). O Museu do Mar explora todos estes os vectores de uma forma singela, mas muito agradável.
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A Casa das Histórias da Fundação Paula Rego |
Quanto à exposição da Paula Rego, cumpre-me dizer que a considero uma artista plástica de dimensão universal. O seu mundo onírico e a forma como cruza esse mundo todos os outros estados mentais humanos (medo, submissão, desejo,...) são fantásticos. A sua capacidade narrativa é notável. Diria que as histórias abordadas começam muitos antes dos quadro e permitem ao observador terminá-las muito depois.
É pena não existirem mais obras suas na Casa das Histórias, onde repousam algumas paredes pouco preenchidas. Quando o espectáculo é bom, temos sempre pena quando chega ao fim.
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Pillowman - um tríptico genial da pintora portuguesa |
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