É por demais difícil
escrever o verde,
sobretudo quando ainda
reluzem sobre ele as gotículas da aurora.
Talvez os escaravelhos
saibam mais sobre as cores que os pintores,
e os rouxinóis, mais que os maestros
sobre música.
Talvez cantem a mesma canção há milénios
sem que lhes tenha afligido a necessidade
de mudar as notas.
Inquietas, as pessoas não param:
de cá para lá,
de lá para cá,
num passeio digno
de fera à procura da fresta.
Sem saber se devem sair
ou entrar na cela.