Queria o Sol e a gata comeu-o.
Agora ando assim assim, tateando os móveis, desviando-me das formas esquinadas, vendo apenas o que a luz da Lua me deixa ver.
Têm razão os soturnos, quando dizem que a penumbra tenuemente iluminada exagera os perfumes, os uivos, os passos, o ranger dos materiais, transfigurando as coisas banais em visões fantásticas.
Tenho saudades do Sol, mas confesso que aquela luz era demais. Cegava-me com excesso de coisas reais.
A gata comeu o Sol. São muito inteligentes os animais.
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