A caneta que me deste quase secou. Apenas escreve frases incompreensíveis e corruptas.
Quando me a ofereceste, escrevia de forma infinita e luzidia. Se naquele tempo, a prenda selava a nossa amizade, agora julgo-a apenas uma daquelas cambalhotas que os periquitos fazem nos poleiros ou uma teia de aranha para apanhar moscas. Infelizmente o tempo ora distorce a nossa percepção, ora a torna mais nítida. O que para o caso pouco importa.
Entre as poucas palavras que ainda escreve, todas me lembram que caminhamos os dois, à semelhança da caneta, para a inutilidade total.
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