09/04/2021

A morte do caixeiro viajante

Sempre que lá vou otimista

dizem-me que não chega ainda,

que a manhã já partiu

e a próxima só chega depois de mim.


"Foi por pouco", dizem-me,

"Tente de novo".


O sol já se abaixou demais.

Colhi e atei os raios que pude.

Guardei-os numa gaveta empenada de madeira.

Perguntei à minha mãe velhinha,

se  arrefeceriam eles?


Pelo olhar dela,

compreendi afinal para que serve a vida.

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