03/02/2025

Ignoto Deo



​Tudo não é tudo.
Apenas podes compreender a ínfima parte do que te é revelado.
Tudo o resto passa-te ao lado: misterioso, incognoscível,
interdito aos sentidos.
Talvez as outras espécies percecionem o que te falta entender:
uma brisa temperada trazendo um aroma, um determinado
raio solar refletido nas flores amarelas, 
o odor da água acabada de nascer.
Se fosses um gato, um loureiro, uma abelha,
talvez reconhecesses algum destes sinais.
Mas como homem ou mulher estás — como dizer? — 
condenado ao veredito das abstrações, 
à vida que o cativeiro te habituou.

1 comentário:

São disse...

Gostei da perspectiva sobre as limitações do ser humano.

Boa semana e sereno Fevereiro.