não era água era bruma ou melhor água sim mas evaporada bruma que escondia as esquinas as portas fechadas era domingo e todos sabem o quanto isso pesa nas pálpebras nas pernas cansadas dos cães que neste dia da semana não ladram nos canis da câmara à espera de um dono de um deus que lhes traga uma casa entre mãos um sorriso de esguelha capaz de sarar a voz pedinte das unhas raspando as grades como se fossem harpistas danados percorrendo em círculos infinitos círculos o metro quadrado das jaulas mas era domingo e aos domingos dizem os espanhóis da fronteira no pasa nada
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