24/07/2025

Toureiros

Ao José Vultos

Há os que entregam o peito às hastes cruas,
há os que recebem a noite de joelhos
e a fintam depois com a ilusão.

Há os que desafiam o ouro do medo
com um colibri-vermelho preso aos dentes.

Há os que não choram e, de cerviz espetada,
entre a areia e o sol, esperam, em paz,
a sorte que os deuses lhes lançaram.

Há os que não sabem, nem querem saber.
E quando perguntam é apenas a eles mesmos.

Há os toureiros 
e há os outros como eu.

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