Mesmo que no hall não se acenda
o candeeiro chinês que compramos na Almirante Reis,
ali, pequena India Town de um velho filme de cowboys
onde os telemóveis disparam mais depressa
do que as pistolas que o xerife leva aos jogos da taça.
Não temos o mesmo medo de morrer
que tínhamos quando éramos crianças.
Morrer, morrer é fácil.
O pior está antes de acreditar
que não vale mais a pena acreditar.
“Entra, vá, que nós vamos atrás.”
Como entrávamos nas casas abandonadas ao escuro
e ao cheiro ácido que pousava sobre os garfos,
sabe-se lá porquê esquecidos
em gavetas forradas com restos de papel autoadesivo.
Por isso, parece-me idiota perguntar,
se há ou não vida em Marte,
sabendo eu como ela rareia por aqui.
1 comentário:
Vou entrar consigo, meu Amigo Luís. De certeza que vou encontrar coisas que nunca procurei e por isso não encontrei. Quero ser surpreendida, agora que quase nada me surpreende. Vou mesmo entrar consigo.
Uma boa semana.
Um beijo.
Enviar um comentário